quarta-feira, 30 de novembro de 2016

ALL THOSE YEARS AGO

Entrei no TAPAS ao fim da tarde. Sem programa nem nada combinado. Depois ELES foram aparecendo. Primeiro o Zé Maria, depois a Zeza, depois o Rafael. A equipa de 2005. Pedi à Paula Ventinhas para nos fotografar. Claro que o Zé Maria reclamou "não vais pôr isso no facebook",  eu disse que não. Claro que não.

Este início de noite teve qualquer coisa de onírico. Onze anos já lá vão. As recordações da campanha eleitoral de 2005 permanecem, vivas, ácidas, e inapagáveis.


ESTRADAS

A propósito de estradas. Esta é a State Road 64, no Novo México, na direção de Tres Piedras. Parece uma coisa de filme? Justamente!

Poema de Edward Thomas (1878-1917), que também gostava de estradas e escreveu Roads um ano antes de morrer.


Roads

Related Poem Content Details

I love roads:
The goddesses that dwell
Far along invisible
Are my favorite gods.
Roads go on
While we forget, and are
Forgotten like a star
That shoots and is gone.
On this earth 'tis sure
We men have not made             
Anything that doth fade
So soon, so long endure:
The hill road wet with rain
In the sun would not gleam
Like a winding stream
If we trod it not again.
They are lonely
While we sleep, lonelier
For lack of the traveller
Who is now a dream only. 
                
From dawn's twilight
And all the clouds like sheep
On the mountains of sleep
They wind into the night.
The next turn may reveal
Heaven: upon the crest
The close pine clump, at rest
Ancl black, may Hell conceal.
Often footsore, never
Yet of the road I weary,                  
Though long and steep and dreary,
As it winds on for ever.
Helen of the roads,
The mountain ways of Wales
And the Mabinogion tales,
Is one of the true gods,
Abiding in the trees,
The threes and fours so wise,
The larger companies,
That by the roadside be,
And beneath the rafter
Else uninhabited
Excepting by the dead;
And it is her laughter
At morn and night I hear
When the thrush cock sings
Bright irrelevant things,
And when the chanticleer
Calls back to their own night
Troops that make loneliness
With their light footsteps’ press,
As Helen’s own are light.
Now all roads lead to France
And heavy is the tread
Of the living; but the dead
Returning lightly dance:
Whatever the road bring
To me or take from me,
They keep me company
With their pattering,
Crowding the solitude
Of the loops over the downs,
Hushing the roar of towns
and their brief multitude.

FRANCISCO CORREIA FARINHO E MANUEL GARROTE BRAVO

E num ápice se passaram 40 anos. As primeiras eleições para as autarquias locais tiveram lugar em 12 de dezembro de 1976. A data será assinalada em Moura.

A Assembleia Municipal deliberou, por unanimidade e aclamação e sob proposta da Câmara Municipal, atribuir a medalha de mérito municipal a Francisco Correia Farinho e a Manuel Garrote Bravo, eleitos ininterruptamente, durante estas quatro décadas, em órgãos autárquicos.

As medalhas serão entregues em cerimónia ter lugar no dia 12 de dezembro de 2016. Na mesma ocasião, será descerrada uma placa à entrada da sala de sessões com os nomes dos antigos presidentes:

* Armando Lopes de Almeida Manso (1974-1978)
* Luiz António Ramos (1978-1979)
* Manuel Romana Ângelo (1979-1985)
* António Luís da Costa Lamas de Oliveira (1985-1989)
* José Simões Martins Duarte (1989-1991)
* Manuel António Vitorino Mestre (1991-1997)
* José Maria Prazeres Pós-de-Mina (1997-2013)

terça-feira, 29 de novembro de 2016

FEIRA DA VINHA E DO VINHO - EDIÇÃO 15

Há vinho e há programa. E haverá feira. Quarta Feira da Vinha e do Vinho deste mandato. Pela segunda vez no Pavilhão das Cancelinhas. Um espaço que é já, claramente, uma aposta ganha. Palavras, leva-as o vento. As obras ficam. Neste caso, o empenho que houve em dotar a Amareleja de um espaço que era necessário teve a devida resposta por parte das entidades os locais: os pedidos para utilização do pavilhão sucedem-se e aquilo que alguns consideravam "pequeno" é mais que suficiente. Durante este evento, é ampliado com duas tendas. Como sucede em todas as feiras deste género.

Dia 9, às 18 horas, lá estaremos.


segunda-feira, 28 de novembro de 2016

AGORA E PARA SEMPRE

No final da liturgia eucarística do Missal Romano o sacerdote proclama: "toda a honra e toda a glória agora e para sempre". A expressão parece-me apropriada ao ato que há pouco teve lugar junto ao edifício dos Quartéis, em Moura, e que foi presidida pelo Gen. Chito Rodrigues, Presidente da Liga dos Combatentes.

A homenagem aos militares falecidos em África acompanhou a abertura em Moura da sede local da Liga dos Combatentes, em espaço cedido pela Câmara Municipal. São atos de reconhecimento e da mais elementar justiça. Conforme recordei em breve alocução os militares são o Povo em armas.


No início de 2017 renderemos homenagem aos portugueses que tombaram na Grande Guerra de 1914-1918. O respeito pela memória dos que nos antecederam é coisa fundamental. Agora e para sempre.





domingo, 27 de novembro de 2016

FIDEL, UM AQUILES COMUNISTA


Reproduzo o melhor texto sobre Fidel Castro. Um obituário ante-mortem, de Miguel Urbano Rodrigues:

Em meados dos anos 60, encerrando o XII Congresso dos Trabalhadores Cubanos, em Havana, Fidel formulou um desejo: "que no futuro poucos homens, ou mesmo ninguém, tenham a autoridade que tivemos no início da Revolução, porque é perigoso que seres humanos disponham de tanta autoridade". 

O revolucionário cubano não podia então prever que essa situação, que o preocupava, iria manter-se por muitas décadas. 

A doença que o levou agora a transferir a chefia do Estado e do Partido para o irmão desencadeou a nível mundial uma avalanche de opiniões contraditórias sobre o homem e a sua intervenção na História. Raramente em vida de um estadista célebre se escreveu e falou tanto sobre ele como agora sobre Fidel. 

Ele foi na segunda metade do século XX o dirigente do Terceiro Mundo que maior influência exerceu pela palavra e pela acção no rumo de acontecimentos que marcaram o processo da descolonização e as lutas contra o imperialismo. 

A meditação sobre a temática do poder pessoal acompanha-o desde a juventude. 

Creio que foi sincero ao definir como perigoso o excesso de autoridade concentrada num dirigente. Foram as próprias circunstâncias da História que o investiram de um poder cada vez maior que não ambicionava. 

Fidel tinha lido na universidade os clássicos do marxismo. Estudou-os depois na prisão. Mas a sua opção pelo socialismo resultou do movimento, da dialéctica da História. 

O atentado terrorista que fez explodir [o navio] La Coubre e a invasão mercenária de Playa Giron, ideada e financiada pelos EUA, ocorreram numa época em que o brado soy y seré marxista-leninista, que alarmou Washington, expressou mais a decisão de defender a Revolução situando-a no campo socialista, do que propriamente uma opção ideológica. 

Fidel insistiu muitas vezes no significado que sempre atribuiu à avaliação da correlação de forças. Ao reconhecer que em Cuba foram cometidos muitos erros tácticos na condução do processo, conclui que não identifica um só erro estratégico importante. O mérito, acrescentarei, é seu. 

Já na Sierra Maestra durante a luta armada, ele revelara dotes de um grande estratego. Mas foi posteriormente que, na confrontação permanente com o imperialismo, desenvolveu uma capacidade extraordinária de compreender o movimento da História nos momentos em que o seu rumo se define. 


Escolha dolorosa 

Isso aconteceu concretamente na fase crítica em que a Revolução, numa guinada brusca, rompeu com o discurso e a praxis dos anos da utopia para fazer uma escolha dolorosa. Cuba estava à beira do desastre económico e o único país que lhe estendeu a mão foi a União Soviética. Sem essa aliança tudo se teria afundado. Naturalmente o preço foi muito alto. A Revolução entrou num período cinzento – assim lhe chamaram – num processo de burocratização que atingiu duramente a intelligentsia, sufocou o debate de ideias e a criatividade em múltiplas frentes. 

Mas não havia alternativa. 

Até o Che, o homem novo do futuro, na definição de Fidel, o companheiro entre todos admirado e querido, que tinha sobre o mundo um olhar nem sempre coincidente, reconheceu na sua carta de despedida, ao partir para a aventura africana, que lamentava não se ter apercebido mais cedo das capacidades de liderança e de visão estratégica que faziam do comandante um revolucionário incomparável, único. 

Lenine emergiu como um líder incontestado na mais brilhante geração de revolucionários profissionais europeus do século XX. Fidel não foi tão afortunado, nem isso era possível. 

O núcleo de quadros revolucionários do Exército rebelde era insuficiente para enfrentar após a vitória os desafios colocados pela História. A geração que acompanhou Fidel forjou-se em circunstâncias muito adversas num pequeno país já bloqueado pelos EUA, vítima de uma guerra não declarada. 


A excepção Fidel 

Alguns historiadores criticam em Fidel um voluntarismo que nunca conseguiu dominar. Esse voluntarismo marcou-lhe aliás a intervenção nas lutas do seu povo desde os anos da Universidade. A própria definição que Fidel apresenta do "marxismo martiano" como síntese do materialismo dialéctico e do idealismo que vinha de Luz Caballero y Varela confirma uma evidência: a Revolução Cubana configura um desafio à lógica da História. Assim aconteceu com Moncada, com a aventura do Granma, a luta na Sierra, e o choque posterior com o imperialismo norte-americano. A decisão de resistir e a coragem do povo cubano no combate que confirmou ser possível a resistência serão recordadas pelo tempo adiante como acontecimentos épicos da História da humanidade. 

Ora o épico não pode ser explicado pela razão. 

Para compreendermos a excepção Fidel, os tratados de ciência política são insuficientes. 

Identifico nele uma síntese de heróis mitológicos e de heróis modernos que o inspiraram num batalhar que já se tornou História. 

Fidel traz à memória Aquiles, Martí e Bolívar. 

Do aqueu e do venezuelano herdou a coragem sobre-humana e a fome dos desafios ao impossível aparente. Mas a sede de glória, que acompanhou Bolívar, nunca o fascinou e a desambição foi sua companheira permanente. Contrariamente a Aquiles não atravessou o mar para destruir as Tróias contemporâneas. A sua gente atravessou um oceano mas para levar solidariedade a povos que se batiam pela liberdade. 

Do cubano Martí aprendeu que revolução alguma pode vencer sem fidelidade a uma concepção ética da vida, sem amor pela humanidade. E, por humano, apresenta também alguns defeitos dos três. 

Ao escrever estas linhas recordo uma conhecida afirmação sua: o dever do revolucionário é fazer a revolução. 

Poucos homens em milénios de História colocaram com tanta coerência a sua vida ao serviço desse objectivo, erigido em infinito absoluto. 

Imagino-o na sua cama, no hospital, insensível ao vendaval de calúnias desencadeado pela sua doença e tocado pelo furacão simultâneo de afecto, respeito e admiração. 

Os revolucionários de todos os povos, onde quer que se encontrem, desejam-lhe um rápido restabelecimento. Agradecem-lhe o que fez pela humanidade. 

Quase carregou o Estado e o Partido às costas em períodos de crise. E isso foi negativo. Por ter consciência da lei da vida, sabe que exigiu de si muito mais do que podia e devia. Exagerou. 

Recuperada a saúde, poderá ser ainda por longos anos uma consciência actuante da humanidade revolucionaria se, distanciado de esgotantes tarefas do quotidiano, utilizar o tempo para transmitir ao seu povo e ao mundo o saber e a experiência acumulados, a sua lição de moderno Aquiles, de discípulo de Bolívar. 


El comandante 

Vivi oito anos em Cuba. Mais de uma vez, escutando durante muitas horas os seus discursos na Praça da Revolução em Havana, ou em comemorações do 26 de Julho noutras cidades da Ilha, me interroguei sobre a contradição entre um poder pessoal enorme, minimamente partilhado a nível decisório, e o humanismo de quem o exercia, identificável no amor pelas crianças e na solidariedade com os oprimidos e excluídos de todo o planeta. 

Comportam-se como hipócritas conscientes aqueles que por ódio ou fanatismo ideológico qualificam Fidel de ditador brutal e sanguinário, de tirano feroz. 


Sabem que a acusação é falsa 

Quem conhece um pouco Cuba não ignora que existe uma relação de afecto profundo entre o povo cubano e el comandante en jefe. Ele é amado pela esmagadora maioria dos seus compatriotas. Depositam nele uma confiança absoluta. É um sentimento que não cultivou e talvez o inquiete por estar consciente de que qualquer dirigente, por mais dotado e sábio que seja, não pode substituir o colectivo como sujeito transformador da História. 

Não há calúnia mediática que resista à prova da vida. Definir como ditador um dirigente amado por um povo que governa há quase meio século é um absurdo maldoso. O consenso entre o governante e a sua gente ridiculariza a diatribe forjada pelos seus inimigos. 

A grandeza de Fidel teria obviamente de desencadear campanhas de ódio. Mas não fez surgir somente inimigos e caluniadores. É inseparável também do aparecimento de uma geração de epígonos. Em Cuba e pelo mundo afora eles apareceram. Ora a tendência para a glorificação incondicional dos grandes homens é sempre negativa. Porque não há governante perfeito. E Fidel sabe disso e não gosta que vejam nele um super-homem. 

Ele é o que é, um ser mortal, modelado por uma vontade de aço, uma inteligência excepcional, e uma fome insaciável de humanização revolucionária da vida, mas com uma lúcida percepção das limitações da condição humana. 

Este texto foi publicado no “Avante!” N.º 1706, 10.Agosto.2006. Foi também publicado no “Granma”.

ORA DEIXA CÁ VER...

Nada como um valente resfriado para me fazer parar um dia... Bem, quase. Saí do super-caloroso jantar de aniversário dos Forcados Amadores de Moura à 1:50, o que faz disto um quase-dia um pouco menos ativo.

Estes dias são bons para deitar contas à vida e para planear o que aí vem. Depois das celebrações da Restauração, que se segue?

* A árvore da partilha;
* A conclusão das obras na Escola do Sete e Meio;
* A cerimónia de conclusão das obras na Ribeira da Perna Seca;
* A feira da vinha e do vinho, em Amareleja;
* Um dia na presidência (6ª edição);
* Presidentes de Câmara do Distrito de Beja em Moura (11ª edição);
* A assinatura dos protocolos das bolsas Empresas pela educação;
* A conclusão dos processos referentes às seguintes empreitadas: reparação do Caminho da Freixeira, reabilitação da igreja de Safara, reforço estrutural da Ponte do Coronheiro e renovação do Bairro do Carmo. Um investimento global que anda pelos 820.000 euros, de obras a iniciar em janeiro/fevereiro de 2017 e a estarem concluídas até ao próximo verão). Às quais há a acrescentar obras em curso. E outras, de maior fôlego, a lançar no início de 2017;
* Prepara-se o início da obra no Campo Maria Vitória, que arrancará em janeiro;
* Planeia-se os próximos MOURALUMNI (com José Eduardo Cavaco), Câmara Aberta (será na Suiça) e Fórum 21 (sobre o ensino da música).
* Terminam-se projetos (a Casa dos Poços, na Mouraria; a nova exposição para o matadouro; o livro da Amareleja; catálogos de exposições etc.) e olha-se em frente.

Estou ante o futuro como o vaticinador ante a sua ardósia. Não realidade, nem vaticino, nem predigo. É que o quadro, de Giorgio de Chirico, tem em inglês o título de The prophet... Nada profetizo, Deus me livre. Limito-me a olhar e a planear. A preparar o trabalho e a levá-lo à prática. De forma solitária, nos casos pessoais, no seio da equipa autárquica, no que à Câmara Municipal diz respeito. Nada mais simples.

O quadro, de 1915, está no MOMA, em Nova Iorque.

sábado, 26 de novembro de 2016

QUAL A MOURA QUE QUEREMOS? - nº 1

Está na altura de começarmos a rever algum do passado recente... Começo por citar parte de um texto que escrevi em 2013: 

Podemos sintetizar desta forma o que se pretendia, em quatro áreas diferenciadas de atuação

Renovar infraestruturas de saneamento;

Renovar infraestruturas viárias, inovando os espaços exteriores das principais artérias comerciais do Centro Histórico;

Criar ou renovar as zonas de fixação de unidades industriais, em estreita articulação com os trabalhos em curso no coração da cidade;

Abrir novos espaços de atividades económicas, pondo a tónica na diversidade e na inovação;

Reabilitar o património edificado, dando novas funções a velhos edifícios;
Reabilitar o castelo da cidade, devolvendo-o à população e aos visitantes;

Têm sido anos decisivos para a cidade de Moura. Num quadro de grandes restrições financeiras e num momento em que o interior se desertifica cada vez sentimos a necessidade de renovar a cidade. Torná-la mais digna do seu passado é, também, uma forma de a preparar para o futuro. Nos tempos que aí vêm jogará um papel decisivo o turismo. Por isso a cidade tem de se preparar, criando-se pontos de interesse para quem nos visita. Ao mesmo tempo, é necessário que se abram oportunidades de investimento, com destaque para a área das energias renováveis. E essas duas componentes não podem ser desligadas de preocupações culturais que estão sempre em fundo e que são a verdadeira razão do combate que o interior trava. O futuro espreita-nos ao virar da esquina. E não temos o direito de desistir.

No fundo, a pergunta é: que Moura queremos? estamos dispostos a investir tempo e dinheiro numa outra imagem de cidade? Repito o que há semanas escrevi algures: governar implica determinação, a procura de soluções e coragem. Não se anda ao sabor das marés nem ao jeito do vento que sopra. O tempo dirá quem tem razão. E o tempo, também, separará o trigo do joio. O que se tem tentado fazer implica conhecimento e não apenas opiniões. É tão simples quanto isso.

A um ritmo quinzenal irei publicando imagens de um passado recente. Dão, segundo creio, testemunho das alterações que foram operadas.

Custo da intervenção nos Quartéis - 1.832.688 €
Financiamento FEDER - 1.439.493 €
Financiamento Câmara Municipal de Moura - 393.195 €


Queremos a nossa cidade assim?


Ou era melhor assim?

FIDEL CASTRO (1926-2016)

No dia em nos deixou, o melhor é dar-lhe a palavra. As palavras continuam atuais, quase 40 anos depois. E recordo, também, uma das fotografias de que mais gosto da Revolução Cubana. Pelo toque onírico que tem.



sexta-feira, 25 de novembro de 2016

MONTEZUMA, NM

Uma fotografia inacabada e a recordação de um sítio. O poema é infantil, da grande Cecilia Meireles. O sítio tem a ver com sonhos. A fotografia também tem a ver com isso. Por uma vez, quase fiz a fotografia que quis fazer...

Montezuma, Novo México, maio de 2016

Sonhos da menina

A flor com que a menina sonha
está no sonho?
ou na fronha?

Sonho 
risonho:

O vento sozinho
no seu carrinho.

De que tamanho 
seria o rebanho?

A vizinha
apanha
a sombrinha
de teia de aranha . . .

Na lua há um ninho
de passarinho.

A lua com que a menina sonha
é o linho do sonho
ou a lua da fronha?

quinta-feira, 24 de novembro de 2016

DE GREGORY CREWDSON À ARQUITETURA MODERNISTA


No meio da quase conclusão de um processo negocial, longo e espinhoso, duas descobertas decisivas:

* A fotografia de Gregory Crewdson (n. 1962). Não tenho dúvidas que a pintura de Hopper andou por ali, tal como tenha a certeza que esta série "Dream House" influenciou David Lynch e o seu difícil Inland Empire. No dia de hoje não precisava muito de ambientes suburbanos depressivos, mas as encenações de Gregory Crewdson foram uma verdadeira revelação;
* A arquitetura de Manuel António de Vasconcelos (1907-1960), hoje ainda mais divulgada depois do lançamento do livro da minha amiga Cristina Cordeiro. A surpresa maior, neste caso, foi a constatação de uma arquitetura de autodidata. Ou a prova que os percursos excessivamente formais nem sempre resulta. Ou, muitas vezes não resultam mesmo.

Ver: http://www.novobanco.pt/site/cms.aspx?plg=E41E14D5-3AB7-4776-8370-314D20229909

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

ALGUÉM HÁ-DE TER RAZÃO...

Alguém terá razão.
A verdade é que até um relógio parado dá a hora certa duas vezes ao dia...
Caaaaalmaaaaa.


terça-feira, 22 de novembro de 2016

À SOMBRA DE HOPPER...

... mas sem o talento de Hopper.

O que é que "isto" tem a ver com Hopper? A luz rasgada da janela (a do meu gabinete, às 17:50 de ontem), que se sobrepõe à noite. O contraste entre a luz que se some e a escuridão que vence. É isso...

À procura de novos temas para os meus devaneios de amador - e com profunda paixão pela noite e pelas fotografias noturnas, graças aos insuperáveis Hermanos Vargas -, deixei-me levar castelo fora, até à torre do relógio. O resultado foi este.



segunda-feira, 21 de novembro de 2016

PORTUGAL E OS PORTUGUESES VISTOS POR DENTRO MAS DE FORA - IX/X: E.O. HOPPÉ

Um Palácio da Pena diferente da versão flashy dos nossos dias. Fotografia de Emil Otto Hoppe (1878-1972), feita nos anos 50 do século XX, quando o artista já tinha mais de 70 anos. Prova mais que acabada que o entusiasmo e a curiosidade só terminam quando desistimos.

Impressão em gelatina de prata, coisa de outros tempos...