Faz hoje 2000 anos que o imperador Augusto faleceu, na lonjura de Nola, uma cidade da Campânia. Poucos homens como ele terão, de forma tão decisiva e decidida, ajudado a mudar, e a moldar, o mundo.
Augusto faleceu com apenas 51 anos, mas teve todo o tempo para acabar de moldar um império e para deixar traços na História, que permanecem até hoje.
A História de Roma nunca foi um dos meus temas favoritos, mas recordo bem o interesse que me despertou o túmulo desse homem singular. Lembro-me, com toda a nitidez, da tarde chuvosa de abril de 1992, em que percorri a Via di Ripetta à procura do mausoléu. A pouca luz daquele dia acentuou a melancolia do momento. E tornou mais evidente a modéstia da última morada de Augusto, sobretudo se comparada com o espavento do mausoléu de Adriano.
A Roma sepultada en sus ruinas
Buscas en Roma a Roma, ¡oh peregrino!,
y en Roma misma a Roma no la hallas:
cadáver son las que ostentó murallas,
y tumba de sí propio el Aventino.
Yace, donde reinaba, el Palatino;
y limadas del tiempo, las medallas
más se muestran destrozo a las batallas
de las edades que blasón latino.
Sólo el Tibre quedó, cuya corriente,
si ciudad la regó, ya, sepultura,
la llora con funesto son doliente.
¡Oh Roma!, en tu grandeza, en tu hermosura,
huyó lo que era firme, y solamente
lo fugitivo permanece y dura.
O poema é de Francisco de Quevedo (1580-1645)
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