O CLDS 4G de Moura - COMPROMISSO SOCIAL anuncia oferta de emprego para operador indiferenciado. A função é a apanha da azeitona. O CLDS está enquadrado na Comoiprel, cujo presidente da direção é o Presidente da Câmara. Até aqui, tudo tranquilo.
Daqui para a frente é que se complica.
Quem seleciona é a MANPOWER, uma empresa de recursos humanos. Que seleciona quem vai trabalhar. Um dos requisitos para trabalhar é "vontade de trabalhar". Parece anedota, mas não é.
Depois, quais serão os olivais que a MANPOWER tem?
Alguns terão, uma vez que têm volumes de vendas anuais em Portugal de mais de 114 milhões de euros. Deve dar para umas courelas...
Depois, quanto é que os empregadores pagam à MANPOWER e quanto é que os trabalhadores (os tais que têm que ter "vontade de trabalhar") recebem líquido? E qual o valor da hora de trabalho? E quais os benefícios sociais?
Que uma Câmara que se diz socialista apare estes golpes diz muito sobre quem nos governa localmente. Sobre os seus valores, sobre o respeito pelos outros e pelo seu trabalho. Sobre aquilo que se entende por Condição Humana.
E ainda só vamos no primeiro mês de mandato.
1 comentário:
Este anúncio é todo ele de uma desfaçatez inacreditável!
Desde pedir o CV para apanhar azeitona, até ao requisito: "vontade de trabalhar"!
Não querendo parecer mal-intencionada, parece-me ver nele toda uma mensagem sub-reptícia dirigida a uma determinada comunidade local...
Tendo em conta a tão apregoada "falta de mão-de-obra" e que um dos objectivos do CLDS de Moura é «combater a exclusão social e a pobreza», tenho curiosidade em saber qual será o público preferencial deste anúncio.
Já quanto à falta de mão-de-obra não tenho dúvidas que a mesma se deve aos baixíssimos salários oferecidos e à precariedade, que obrigam a grande parte da população a procurar trabalho noutras paragens.
E alguns ainda se questionam porque é que o PCP votou contra o OE. Este é um bom exemplo para se perceber que o PS continua com as políticas da Troika, tanto no governo como nas autarquias.
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