Os dias do futuro ficam diante de nós
como fila de pequeninas velas acesas –
douradas, quentes, e vivas pequeninas velas.
Os dias passados ficam para trás,
uma linha triste de velas que se apagaram;
as mais próximas soltam fumo ainda,
velas frias, derretidas, e torcidas.
Não quero vê-las; dá-me dó a sua figura,
e dá-me dó lembrar-me da sua luz primeira.
Olho para a frente para as minhas velas acesas.
Não quero voltar-me para não sentir horror ao ver
que rapidamente se torna longa a linha escura,
que rapidamente se multiplicam as velas apagadas.
As delícias do poeta (1913)
O poema é de Konstandinos Kavafis (1863-1933) e data de 1899 (tradução de Joaquim Manuel Magalhães e de Nikos Pratsinis). A pintura é uma obra de Giorgio de Chirico (1888-1978).
Tanto um como outra expressam bem, creio eu, a imagem do tempo que passa.
Sem comentários:
Enviar um comentário