Uma mulher quase nova
com um vestido quase branco
numa tarde quase clara
com os olhos quase secos
vem e quase estende os dedos
ao sonho quase possível
quase fresca se liberta
do desespero quase morto
quase harmónica corrida
enche o espaço quase alegre
de cabelos quase soltos
transparente quase solta
o riso quase bastante
quase músculo florido
deste instante quase novo
quase vivo quase agora
.
.
A sensualidade de Manuel Álvarez Bravo é visita recorrente no blogue. As palavras de Mário Dionísio (1916-1993) surgem aqui por súbita inspiração. Lembro-me bem do Prof. Mário Dionísio nos corredores da Faculdade de Letras. A doçura das palavras não confere com o estilo do docente da temível e obrigatória cadeira de Técnicas de Expressão do Português.
2 comentários:
Belíssimo, Santiago !
Tal como o Santiago, também me lembro bem de ver o Professor Mário Dionísio nos corredores da Faculdade de Letras.
Não era uma cadeira, era um cadeirão!
Bons tempos!
Arminda Palma
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