A língua lambe as pétalas vermelhas
da rosa pluriaberta; a língua lavra
certo oculto botão, e vai tecendo
lépidas variações de leves ritmos.
E lambe, lambilonga, lambilenta,
a licorina gruta cabeluda,
e, quanto mais lambente, mais ativa,
atinge o céu do céu, entre gemidos,
entre gritos, balidos e rugidos
de leões na floresta, enfurecidos.
.
Talvez não seja a mais óbvia relação com esta geografia física, mas o tom cálido das palavras de Carlos Drummond de Andrade, neste A língua lambe como noutros poemas, são o antídoto ideal para os dias de frio que se vivem.
Pura diversão é esta peça do design contemporâneo, La Bocca, uma criação do Studio 65 datada de 1972 e que ganhou foros de ícone da arte do século XX. Kitsch? Um pouco. Mas muito sugestiva.
Sem comentários:
Enviar um comentário