Ofereci, há umas semanas, um dos meus livrinhos de fotografia a uma arquiteta que passou por Moura. Olhou-o atentamente e disse, de seguida, "gosto deste formato". Os livros são de pequena dimensão (16x16), uma maneira de os conseguir levar à prática, sem custos de impressão disparatados.
Achei graça ao comentário, e lembrei-me de outro. Há uns dez anos fui convidado a fazer uma exposição na igreja de Santiago, em Monsaraz. Envergonhado com a ideia, aceitei, embora escondendo-me detrás de um pseudónimo disparatado (Simon Goldstein...), ao qual acrescentei uma biografia improvável.
Um dos visitantes da inauguração era um amigo dos tempos de faculdade, historiador de arte prestigiado e diretor de um museu nacional. Via as fotografias com atenção, quando lhe perguntei "que te parece?". Manifestamente, o meu esforço não o convencia. Não me querendo magoar com uma opinião frontal nem dizer que gostava optou por um comentário à Woody Allen, dizendo, no seu tom quase lento, "gosto de fotografias que respeitam o formato original do negativo". Aqui está como um crítico de arte pode dizer a verdade não a dizendo.
Apesar das óbvias limitações artísticas não desisti. À exposição seguiram-se três publicações: "Síria" (2005), "Mar do meio" (2009) e "Moura-Bissau" (2010). Pertence a este último a fotografia da djambacós, fotografada no bairro de Santa Luzia. Na calha andam Roma e Bolama.
8 comentários:
eu ainda estou à espera do livrinho da Síria que é só o que me falta:-) Inês
A sério?
Gostaria muito de ter um exemplar de um dos seus livros, "Mar do Meio",seria possível?
Há!
Vejo que tem muios pedidos dos seua livros como seria de esperar, então fica para uma próxima oportunidade. Muito obrigado Dr. Santiago Macias
Caros anónimos, é-me difícil responder a leitores não identificados...
A Biblioteca Municipal tem para venda :)
Vender, Zélia???
Os meus livros são mais "best-given", não "best-seller"...
Não seja indisciplinado. Há uns que são vendidos. Quanto aos outros, não-vendáveis, digamos assim, é uma agradável surpresa que damos às pessoas quando perguntam quanto é. É que assim garantimos que quem os leva, ainda que não-vendidos, o faz porque tem verdadeiro interesse e não os vai utilizar para enrolar castanhas assadas, por exemplo.
Por isso sim, a Biblioteca tem para vender e enviamos pelo Correio e tudo.
DR.ª Zélia,como não posso falar consigo pessoalmente gostaria de saber se pode mesmo enviar por correio!? E enviar pelo correio? Qual é então o preço do livro Mar do Meio do Dr. Santiago Macias?Obrigado,
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