A Júlia ligou-me do frio parisiense. Ficou desconsolada quando lhe relatei a agitação que varria Moura. O Festival do Rio e do Pão foi um merecido sucesso para quem o organizou, com a equipa da COMOIPREL à frente. Mas a isso juntou-se o movimento do S. João. Houve de tudo um pouco: uma igreja de S. João, onde o sagrado deu as mãos ao profano; fontes de água decoradas; mastros (quase dezena e meia em todo o concelho, sem contar com as decorações promovidas por alguns bares); marchas populares. E ainda a música pelas ruas (esta no âmbito do Festival acima referido).
O verão começou. E começou bem.
Atuação dos Caprichosos, à porta da Taberna do Liberato.
Há um poema de António Machado sobre as noites de verão. O poema é bonito, mas solidão rima pouco com o S. João.
Es una hermosa noche de verano.
Tienen las altas casas
abiertos los balcones
del viejo pueblo a la anchurosa plaza.
En el amplio rectángulo desierto,
bancos de piedra, evónimos y acacias
simétricos dibujan
sus negras sombras en la arena blanca.
En el cénit, la luna, y en la torre,
la esfera del reloj iluminada.
Yo en este viejo pueblo paseando
solo, como un fantasma.
Tienen las altas casas
abiertos los balcones
del viejo pueblo a la anchurosa plaza.
En el amplio rectángulo desierto,
bancos de piedra, evónimos y acacias
simétricos dibujan
sus negras sombras en la arena blanca.
En el cénit, la luna, y en la torre,
la esfera del reloj iluminada.
Yo en este viejo pueblo paseando
solo, como un fantasma.
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