segunda-feira, 15 de julho de 2013

PREMIÈRE

Terminei anteontem uma saga de 33 anos. Um filme cujas bobinas em super-8 andaram em bolandas. Recuperei-as e consegui finalizar a montagem, respeitando o guião dos meus 17 anos. O meu primeiro (e, presumivelmente, derradeiro) filme estreou ontem. Um ingénuo documentário de 14 minutos. A tiragem foi de 30 exemplares. A distribuição é caseira.

Quero deixar o meu público agradecimento à TVM, ao Jorge Murteira, peça essencial na fase final da saga, à LSV audiovisuais, que fez milagres, e ao David Albino.

2 comentários:

alberto franco disse...

Parabéns, Santiago. Um abraço.

Anónimo disse...

Papoilas em julho
Pequenas papoilas, pequenas chamas infernais,
sois inofensivas?

Estremeceis. Não posso tocar-vos.
Ponho as minhas mãos por entre as chamas. Mas nada
queima.

E fico exausta quando vos vejo
estremecer assim, pregueadas e rubras como a pele da
boca.

Uma boca há pouco ensanguentada.
Pequenas orlas de sangue!

Há nela um fumo que não consigo tocar.
Onde está o vosso ópio, as vossas cápsulas nauseabundas?

Se eu pudesse esvair-me em sangue ou dormir!...
Se a minha boca conseguisse desposar uma tal ferida!

Ou os vossos licores me penetrassem, nesta cápsula de
vidro,
trazendo-me a acalmia e o silêncio.

Mas sem cor. Sem nenhuma cor.



Sylvia Plath