sexta-feira, 4 de outubro de 2019

O VOTO NA CDU OU COM O PCP, INFIELMENTE

Um dos dados mais interessantes das sucessivas análises dos politólogos e da "imprensa livre" é o declínio eleitoral do PCP e da CDU. Ora bem:

2002 – 6,94% – 12 deputados
2005 – 7,54% – 14 deputados
2009 – 7,88% – 15 deputados
2011 – 7,90% – 16 deputados
2015 – 8,25% – 17 deputados


Qualquer alteração negativa será vista como um "agora sim, vão deixar de existir". Qualquer subida será ignorada pelos analistas, porque há sempre coisas mais relevantes e mais importantes. Declaração de interesses: vou votar CDU, no próximo domingo. Dupla declaração de interesses: não só no próximo domingo, mas nas eleições seguintes, enquanto o PCP mantiver esta identidade e esta verticalidade.

Não foi sempre assim. Sempre prezei a minha liberdade. Arrependimento, só tenho um: ter apoiado e ter votado Pintasilgo, em 1986. Nas autárquicas sempre votei CDU (excetuando para a Assembleia Municipal de Mértola, em 1997, em que votei no PSD, porque a lista era encabeçada por Teresa Patrício Gouveia) e nas legislativas votei UDP-PSR e, depois PSR, em 1985 e em 1987. Não votei CDU nas Europeias de 1989, porque estava nas listas uma pessoa que não me merecia a mínima confiança (o percurso seguinte da referida pessoa viria dar-me razão). Há 25 anos, e com a aludida exceção, tenho-me mantido firme nas minhas opções.

Fui, com o tempo, ganhando a funda convicção que o que incomoda no PCP e no projeto da CDU são a coerência, a verticalidade, os princípios e o facto de não se estar à venda. Podem atacar, têm atacado!, de toda a maneira e feitio, podem denegrir, podem troçar ("ultrapassados", "caducos", "antiquados" etc.), podem caluniar (a TVI à cabeça, mas há muito mais), que a firmeza se mantém.

Fui vereador e presidente de câmara eleito nas listas da CDU. Constatei a seriedade da estrutura do Partido, a forma digna como os problemas são tratados. Nunca, em nenhum momento!, me foram sugeridos "esquemas", "negociatas" ou contratações de empresas deste ou daquele amigo ou camarada. A lisura foi total. Se isso é o que se espera e o que é normal, não é o que vemos noutros partidos. Disso darei testemunho no livro em preparação.

Podia continuar a escrever e a explicar quês e porquês. Dispenso-me de o fazer. Dia 6 votarei na CDU. E não será só no próximo domingo, mas nas eleições seguintes, enquanto o PCP mantiver esta identidade e esta verticalidade.


1 comentário:

JHS disse...

Meu Caro Santiago Macias
Felicito-o por este texto (que não me surpreende), explicando de uma forma muito clara a razão de um voto. Partilho inteiramente as suas palavras e, também eu, pelas mesmas razões, vou dar o meu voto à CDU.
Mesmo sem ter o gosto de o conhecer, cumprimenta-o o
José Henrique Soares