I
É o mar, meu amor,
na febre dos teus olhos
é o manso fascínio
da onda que se inventa
É o mar, meu amor,
mestiço nos teus olhos
é o mirto, o queixume
a mansidão tão lenta
II
É o mar, meu amor,
o lastro dos sentidos
que afogas nos olhos
sem nunca te afundares
É o mar, meu amor,
que transportas nos olhos
e onde eu nado o tempo
sem nunca me encontrar
HORTA, Maria Teresa, Antologia Poética
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