Dá-me lírios, lírios
E rosas também.
Dá-me rosas, rosas,
E lírios também,
Crisântemos, dálias,
Violetas, e os girassóis
Acima de todas as flores...
.
Deita-me as mancheias,
Por cima da alma,
Dá-me rosas, rosas,
E lírios também...
.
Meu coração chora
Na sombra dos parques,
Não tem quem o console
Verdadeiramente,
Excepto a própria sombra dos parques
Entrando-me na alma,
Através do pranto.
Dá-me rosas, rosas,
E lírios também...
.
O primeiro poema é de Ibn Bassam (poeta de Santarém - século XI). A tradução é de António Borges Coelho e faz parte da obra Portugal na Espanha Árabe, recentemente reeditada. O segundo poema - é apenas um excerto - intitula-se Acordar e foi escrito por Fernando Pessoa/Álvaro de Campos. No meio ficam as fotografias de Robert Mapplethorpe.
2 comentários:
A Flor que és
A flor que és, não a que dás, eu quero.
porque me negas o que te não peço.
tempo há para negares
Depois de teres dado.
Flor, sê-me flor!
se te colher avaro
a mão da infausta esfinge, tu perere
sombra errarás absurda,
Buscando o que não deste.
Fernando pessoa/Ricardo reis
Não sei quem é a autora (não sei porquê mas deve ser autora) do comentário. mas que é um comentário em grande estilo lá isso é!
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