Dia de coincidências. Estava a escrever, neste dia de chuva, sobre um edifício de Coimbra quando leio a notícia do desaparecimento de Gastão Cruz. Um poeta que "passou" pelo blogue várias vezes. Recordo aqui um dos seus poemas, citado em 2012 a propósito de uma ida a Tlemcen, na Argélia (onde isso já vai...). A propósito da palavra "teatro", mas sem ligação direta com o texto.
O Teatro das Cidades
Qualquer tempo é um tempo duvidoso
assim o meu cercado de cidades
plataformas instáveis
praticáveis cobertos de infinita gente náufraga
que se inclina nas águas como um palco
Paro na convergência dos estrados
chove já sobre a raça ameaçada
Incertas multidões em volta passam
contemporâneas falam interpretam
a duvidosa língua das imagens
Assim no teatro abstracto das cidades
morrem palavras sobre um palco náufrago
O tempo cobre o céu que se enche de água
assim o meu cercado de cidades
plataformas instáveis
praticáveis cobertos de infinita gente náufraga
que se inclina nas águas como um palco
Paro na convergência dos estrados
chove já sobre a raça ameaçada
Incertas multidões em volta passam
contemporâneas falam interpretam
a duvidosa língua das imagens
Assim no teatro abstracto das cidades
morrem palavras sobre um palco náufrago
O tempo cobre o céu que se enche de água
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