Tenho pena de não poder reproduzir a fotografia, da autoria de José Ventura, publicada ontem no Expresso. Mostra a sala de leitura da Biblioteca Nacional, com a luz dourada do fim da tarde, que tão bem recordo.
Apesar da arquitetura de Pardal Monteiro suscitar algumas embirrações, é das bibliotecas onde mais tranquilamente se trabalha. As mesas são amplas e o mobiliário confortável, condição número primeira para um desempenho em condições. Os catálogos são práticos e hoje a net permite-nos poupar imenso tempo.
Quando era estudante, muitas tardes eram ali passadas, por entre pilhas de livros e os "pssstttt" autoritários com que Vasco Pulido Valente mandava calar a rapaziada, que insistia em conversar na sala de leitura. Confesso que fazia figura de "careta", porque estava de acordo com os "pssstttt" e porque detestava e detesto barulho nas salas de leitura.
Outra recordação inesquecível da BN: o som dos aviões na aproximação à pista 03-21 da Portela, "entrando" pelo vértice sudoeste da sala de leitura e "saindo" pelo nordeste. A situação sempre me causou calafrios, apesar da possibilidade de um acidente ser, estatisticamente, ínfima. Recentes obras de ampliação consolidaram a localização da Biblioteca. E tendo em conta os tempos que vivemos o outro aeroporto é uma miragem. Resta-nos esperar que aquela coisa das estatísticas funcione.
Devo também dizer que fiquei mesmo a rezar à Santa Estatística, depois de uma aterragem em Lisboa, em 1998 ou 1999. A porta do cockpit ia aberta, coisa impensável nos dias de hoje, e eu ocupava o lugar do lado esquerdo na primeira fila do minúsculo Beechcraft 1900D da Regional Airlines. Havia vento e o raio do avião, vindo de Casablanca, balouçava furiosamente enquanto fazia a aproximação à pista. Tão depressa a Portela estava do lado direito como, por artes mágicas, aparecia à esquerda. Foi nesse passo de dança que passámos, a umas dezenas de metros de altura, sobre a Biblioteca Nacional.
(Já agora, para ver a Biblioteca Nacional de cima, que Deus e a Estatística guardem os inumeráveis tesouros que ela alberga!, espreite-se aqui - sobretudo entre o minuto 3 e 3:10).
Apesar da arquitetura de Pardal Monteiro suscitar algumas embirrações, é das bibliotecas onde mais tranquilamente se trabalha. As mesas são amplas e o mobiliário confortável, condição número primeira para um desempenho em condições. Os catálogos são práticos e hoje a net permite-nos poupar imenso tempo.
Quando era estudante, muitas tardes eram ali passadas, por entre pilhas de livros e os "pssstttt" autoritários com que Vasco Pulido Valente mandava calar a rapaziada, que insistia em conversar na sala de leitura. Confesso que fazia figura de "careta", porque estava de acordo com os "pssstttt" e porque detestava e detesto barulho nas salas de leitura.
Outra recordação inesquecível da BN: o som dos aviões na aproximação à pista 03-21 da Portela, "entrando" pelo vértice sudoeste da sala de leitura e "saindo" pelo nordeste. A situação sempre me causou calafrios, apesar da possibilidade de um acidente ser, estatisticamente, ínfima. Recentes obras de ampliação consolidaram a localização da Biblioteca. E tendo em conta os tempos que vivemos o outro aeroporto é uma miragem. Resta-nos esperar que aquela coisa das estatísticas funcione.
Devo também dizer que fiquei mesmo a rezar à Santa Estatística, depois de uma aterragem em Lisboa, em 1998 ou 1999. A porta do cockpit ia aberta, coisa impensável nos dias de hoje, e eu ocupava o lugar do lado esquerdo na primeira fila do minúsculo Beechcraft 1900D da Regional Airlines. Havia vento e o raio do avião, vindo de Casablanca, balouçava furiosamente enquanto fazia a aproximação à pista. Tão depressa a Portela estava do lado direito como, por artes mágicas, aparecia à esquerda. Foi nesse passo de dança que passámos, a umas dezenas de metros de altura, sobre a Biblioteca Nacional.
(Já agora, para ver a Biblioteca Nacional de cima, que Deus e a Estatística guardem os inumeráveis tesouros que ela alberga!, espreite-se aqui - sobretudo entre o minuto 3 e 3:10).
1 comentário:
AMAZING !!!!!
Ganda post...ou quando os alhos têm a ver com bugalhos : ))
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