Era uma jovem muito bonita e de modos sofisticados. Nunca entendi muito bem o papel dela no meio da equipa síria, durante o desenvolvimento de um projeto sobre a arte islâmica no Mediterrâneo. Mas isse era o menos. Irradiava simpatia e criava bom ambiente.
Falava amiúde de Beirute, cidade que visitava com frequência e onde tinha familiares. De uma família influente, na política e nos negócios, como é hábito na região. "Como é ter família dos dois lados da fronteira?", arrisquei. "É muito fácil", garantiu. Ante a minha leve insistência explicou: "em Beirute, participamos, eu e a família, em manifestações antí-sírias". Ainda não me tinha refeito da surpresa e já ela adiantava: "em Damasco, vamos às manifestações de apoio a Bashar el-Assad e a favor da união entre a Síria e o Líbano". Palavra de honra que me deixou sem palavras.
A imagem da bela Yasmina tem-me sido evocada, com insistência, ao longo dos últimos dias.
1 comentário:
Em Roma sê romano, já dizia a antiga expressão. Há melhor forma de se passar pelas gotas da chuva sem nunca apanhar uma constipação?
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