Maqbara, plural maqabir. Cemitério(s) em língua árabe. Não sei árabe, mas dessas palavras recordo-me bem, dos tempos longínquos em que frequentei as aulas do Prof. Cunha Serra.
O tema dos cemitérios do Gharb al-Andalus continua a ser recorrente nos meus interesses, num trabalho que já por várias vezes foi retomado e interrompido, num certo estilo Orson Welles. Sem a milésima parte do talento do cineasta, bem entendido...
Ontem regressei ao tema, apresentando, a convite da minha colega e amiga Susana Gómez, uma panorâmica das necrópoles muçulmanas do ocidente peninsular no seminário Métodos e fontes do Mestrado em História do Mediterrâneo Islâmico e Medieval (v. aqui).
Aqui fica o registo da mais antiga lápide funerária islâmica existente em Portugal. Data de meados do século X d.C. e pertence à coleção do Museu de Mértola.
Lápide funerária de Ishaq Ibn Faras al-Ansari
346
h. / 957 d.C.
O
texto cita o Alcorão, sura XXII, versículo 7.
A tradução é de Artur Goulart de Melo Borges. Foi publicada no catálogo do Museu Islâmico de Mértola, em 2001.
“Em nome de Deus, o Clemente, o
Misericordioso. Faleceu Ishaq Ibn Faras al-Ansari no fim do mês de rajab do ano
346 (27 de Outubro 957 d.C.). Não há outro deus senão Allah, Muhammad é o
enviado de Allah. O Paraíso é verdadeiro, o Fogo é verdadeiro. Aproxima-se a
Hora. Ninguém o pode pôr em dúvida. Deus ressuscitará os que estão nos
túmulos”.
2 comentários:
Boa tarde,
gostaria de publicar um post sobre Mertola, tenho bastantes fotografias, já fui lá umas três vezes de visita com amigos (sempre com muito êxito!)
então gostaria de ter ums fotografias da basilica paleocristã e das lápides que lá se encontram,
será que me pode ajudar?
muito obrigada
Angela
este é o meu blog:
http://portugalredecouvertes.blogspot.com/
Foi uma aula porreira Professor.
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