sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

O NOME DAS COISAS

É um dos nossos mais antigos e indecifráveis tiques. Adoramos mudar o nome às coisas e dar-lhes designações complexas. O Instituto Nacional de Educação Física (bonito nome) passou para Instituto Superior de Educação Física (o "superior" nobilitava) e depois para Faculdade de Motricidade Humana. Quase todas as escolas superiores passaram a ser faculdades. Salvam-se, felizmente, Agronomia e o Técnico.

As entidades reguladoras passaram a ser autoridades, num daqueles copianços em que somos useiros e vezeiros. Quando olho essa quase voracidade de mudança de nomes, recordo-me sempre do tradicionalismo (abençoado tradicionalismo) francês. A mais antiga escola de engenharia do mundo é a "escola de pontes e pavimentos". A forma de quadros faz-se na "escola nacional de administração", a grande prepação de dirigentes de topo no prosaico "instituto politécnico". As designações contam? Na verdade e no essencial, não contam nada. Maquilham, mas não contam.

Sem comentários: