quarta-feira, 17 de agosto de 2011

AS DUAS FACES DE EVA

The naked and the nude


by Robert Graves



For me, the naked and the nude
(By lexicographers construed
As synonyms that should express
The same deficiency of dress
Or shelter) stand as wide apart
As love from lies, or truth from art.

Lovers without reproach will gaze
On bodies naked and ablaze;
The Hippocratic eye will see
In nakedness, anatomy;
And naked shines the Goddess when
She mounts her lion among men.

The nude are bold, the nude are sly
To hold each treasonable eye.
While draping by a showman's trick
Their dishabille in rhetoric,
They grin a mock-religious grin
Of scorn at those of naked skin.

The naked, therefore, who compete
Against the nude may know defeat;
Yet when they both together tread
The briary pastures of the dead,
By Gorgons with long whips pursued,
How naked go the sometime nude!







Robert Graves (1895-1985) foi novelista e poeta. A sua obra mais conhecida será, porventura, o romance histórico Eu, Cláudio. Escolhi este seu poema sobre a nudez para acompanhar as fotografias. A arqueologia leva à fotografia ou vice-versa. Na imagem de cima está a Vénus de Willendorf, feita há cerca de 25.000 anos e descoberta na Áustria em 1908 (integra hoje a coleção do Naturhistorisches Museum, em Viena). Esta extraordinária escultura, obra maior da História da Humanidade, fez-me recordar (ou terá sido ao contrário?), uma imagem bela e fortíssima do americano William Ingram, que esteve em tempos exposta numa galeria lisboeta. É uma outra Vénus, que sabemos chamar-se Ziebe e ser cantora gospel, no Gana. Nada mais.

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