ELA NÃO TINHA A MENOR IDEIA
O Maeda-san, o Ito-san e a Itazu-san trabalham para empresas diferentes no mesmo edifício em Jinbocho, junto à via rápida nº 5. O Maeda-san no último andar, o Ito-san no quarto e a Itazu-san no terceiro. A Itazu-san acha que os dois homens gostam dela. Ela sabe que o Maeda-san está a divorciar-se mas ainda é casado, e que o Ito-san é solteiro, mas demasiado tímido para dar um passo. A verdade é que o Maeda-san teve interesse por ela mas só até ao dia em que se convenceu que ela tinha uma relação com um homem que ele viu com ela no metro, quando, de facto, o homem era um perfeito estranho. O Ito-san está apaixonado por uma antiga vizinha que agora vive em Osaka. Quem está efectivamente apaixonado por ela é um homem que trabalha mesmo atrás dela, mas ela não faz a mais pequena ideia disso.
O Maeda-san, o Ito-san e a Itazu-san trabalham para empresas diferentes no mesmo edifício em Jinbocho, junto à via rápida nº 5. O Maeda-san no último andar, o Ito-san no quarto e a Itazu-san no terceiro. A Itazu-san acha que os dois homens gostam dela. Ela sabe que o Maeda-san está a divorciar-se mas ainda é casado, e que o Ito-san é solteiro, mas demasiado tímido para dar um passo. A verdade é que o Maeda-san teve interesse por ela mas só até ao dia em que se convenceu que ela tinha uma relação com um homem que ele viu com ela no metro, quando, de facto, o homem era um perfeito estranho. O Ito-san está apaixonado por uma antiga vizinha que agora vive em Osaka. Quem está efectivamente apaixonado por ela é um homem que trabalha mesmo atrás dela, mas ela não faz a mais pequena ideia disso.
A RAPARIGA DE READING, 2008
O Shigeo é estudante de composição musical na Universidade, no Parque de Ueno, e trabalha à noite como bagageiro no City Terminal do Aeroporto de Tóquio. Ele ainda gosta de uma bonita rapariga inglesa que trabalha no terminal, mas as coisas não correram bem quando uma vez tentou meter conversa. Perguntou-lhe se conhecia o rio Curlew, na sua Inglaterra natal, mas ela não conhecia, e foi tudo. A culpa era toda de Benjamin Britten. Para ir trabalhar, ele apanha a Linha de Hibiya em Ueno, na direcção de Suitengu-mae. No seu percurso de três minutos do metro para as traseiras do terminal, debaixo das ensurdecedoras circulares n.os 6 e 9, pensa muitas vezes em Britten. É que o rio Sumida está mesmo ali, e a antiga peça nô Sumidagawa, que lhe deu o nome, inspirou Britten, em 64, a compor Curlew River. Falou deste desastre a um colega de faculdade que se riu dele e lhe chamou parvo. O rio Curlew é uma ficção, disse ele, e que, para ter sucesso com as raparigas, não há nada como cingir-se a factos.
A exposição retrospetiva de João Penalva (n. 1949) vai estar patente ao público até dia 9 de outubro no Centro de Arte Moderna da Gulbenkian. Interessaram-se os seus textos curtos - não sei bem porquê mas fizeram-me vir à memória a escrita de Robert Walser -, e as fotografias, em especial a obra Arcade, com a sua obsessiva imagem do tempo.
Ver: http://www.cam.gulbenkian.pt/index.php?article=71202&visual=2
Ver: http://www.cam.gulbenkian.pt/index.php?article=71202&visual=2
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