Com o passar do tempo, as imagens tornam-se difusas. Não se apaga, contudo, a forte impressão que aquela deslocação à Líbia, na primavera de 2008, me deixou. Não só pela possibilidade de visitar, pela primeira (e certamente derradeira...) vez sítios como Sabratha ou Leptis Magna, como pela estranha sensação que aquele "paraíso" às avessas me deixou (ler aqui).
No topo norte da Praça Verde fica(va?) o Departamento de Antiguidades e, ao lado deste, o Museu Jamâhîriyya. Em tradução livre, o Museu das Massas ou Museu do Povo. No qual, a par das memórias arqueológicas da Tripolitania e da Cirenaica, se exibe o carocha azul no qual Gaddafi fez a entrada triunfal em Tripoli no dia 1 de Setembro de 1969.
O museu era uma barulhenta mistura de etnografia, arqueologia, pontuado pelas prendas kitsch que Gaddafi recebia. O Museu do Povo era uma reflexo daquela estranha sociedade. Muitas vezes me pergunto o que terá acontecido ao volkswagen e, sobretudo, à espantosa coleção de materiais romanos.
1 comentário:
É um horror o que pode acontecer às pessoas e às coisas
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