sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019

TORRE DO RELÓGIO DA AMARELEJA – pro memoria


Escrevi, no dia 1 de julho de 2016 (o tempo passa rápido), um texto neste jornal, sobre este assunto. É importante retomar agora o tema. Relembrar o que se passou. Porque foi um processo que esteve longe de ser pacífico.
As obras de recuperação de edifícios antigos têm uma sina. No fundo, há sempre quem queira, em simultâneo, que um determinado edifício seja reabilitado, seja modernizado, mas ficando na mesma. Uma coisa que, evidentemente, não é possível. Voltarei a este tema, mais adiante.
Recordo aqui a cronologia do que se passou:
Junho de 2014 - envio de proposta de protocolo à Comissão Fabriqueira e ao Bispo de Beja.
Abril de 2015 - assinatura de protocolo com a Comissão Fabriqueira de Amareleja.
Julho de 2016 - conclusão do projeto.
Setembro de 2016 - apresentação da candidatura para financiamento.
Fevereiro de 2017 - aprovação do financiamento.
Abril de 2017 - lançamento da empreitada.
Setembro de 2017 - assinatura do contrato da empreitada, um dos últimos que realizei antes das eleições autárquicas.
Qual o montante da candidatura? 496.028,76 euros.
Qual o montante de financiamento comunitário? 421.624,45 euros.
Qual o montante da responsabilidade da Câmara de Moura? 74.404,31 euros.
Escrevi, em julho de 2016 que o objetivo era “dotar a chamada Torre do Relógio de uma cobertura, a qual será parcialmente amovível, para permitir que se possa tirar partido das noites de verão; dotar o espaço de condições que permitam diferentes utilizações: religiosa, cultural (exposições, feira do livro etc.) e musicais”. Foi nessa direção que se caminhou.
A evolução da obra foi marcado por uma pequena polémica. A cobertura foi classificada como mamarracho. Onde é que se já se viu? Um teto metálico, num sítio daqueles… E aqui regresso às modernizações. Por vezes, há quem queira que fiquem as coisas como estavam. Algo que não é possível. Melhor que eu, o arq. Tiago Mota Saraiva poderá dar detalhes sobre esta questão. Em todo o caso, é claro que para o edifício ter novas funções e uma utilização permanente (e poder manter abertura no teto, para as noites de calor) não era possível deixa tudo como estava. Do ponto de vista arquitetónico, a solução é arrojada, moderna e adequada. Foi, e é, uma solução pensada para o futuro.
Do ponto de vista prático, o que se previa – e há um protocolo assinado e aprovado – era que a Câmara gerisse o espaço. Isso deveria ser feito em estreita articulação com os amarelejenses. Em quatro momentos do ano (Páscoa, Santa Maria, Nossa Senhora da Conceição e Natal), a Torre do Relógio seria destinado, em exclusivo, a iniciativas da Igreja. É esse, nesta data, o ponto em que as coisas estão.

A obra aproxima-se do fim. Constato-o com manifesta satisfação. Como repetidamente tenho escrito. Defendo o trabalho que realizámos, entre 2014 e 2017. E que criou condições para que a obra se realizasse. É possível fazer outras obras na Amareleja? Há outros projetos? Ótimo. Venham eles. A Amareleja merece.

Texto publicado hoje, em "A Planície"

Sem comentários: